segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Plano de aula da WIKI - 1ª fase Grupo 2/ SOCIOLOGIA















Plano de aula da WIKI

Conteúdos:

 Instituições sociais: FAMÍLIA

 

- Socialização

- Hábitos cotidianos

Influência familiar na formação da identidade

Objetivos
- Compreender o conceito de socialização
- Analisar e discutir o papel do ambiente familiar para os processos de socialização e construção da identidade individual (socialização primária)
- Explorar outras formas de socialização como, por exemplo, o ambiente escolar e de trabalho (socialização secundária)

Materiais necessários
-  acessar
a reportagem "Meu amado ex-enteado" (Veja,2310, 27 de fevereiro de 2013)

Introdução:
A matéria de Veja, "Meu amado ex-enteado" discute a importância do ambiente familiar, argumentando que mesmo nos casos em que não existem laços sanguíneos, a família é o grupo social onde formamos os mais profundos e duradouros laços afetivos.

Segundo a sociologia, a importância da família para a formação individual é ainda mais complexa: é no ambiente familiar que aprendemos certos hábitos, costumes e valores que definirão nossas escolhas durante a vida adulta. Este plano de aula discute essa questão a partir do conceito de "socialização". Além de discutir a influência da família (socialização primária) na formação do caráter individual, aborda também outras formas de aprendizado social, que ocorrem nos círculos de amizade, na escola ou no trabalho (socialização secundária).Influência familiar na formação da identidade

Metodologia:
Análise dos textos:


Socialização primária e Socialização secundária.
E da reportagem "Meu amado ex-enteado" (Veja,2310, 27 de fevereiro de 2013)


Para os sociólogos Peter L. Berger e Thomas Luckman, autores do livro "A Construção Social da Realidade", todo o conhecimento que possuímos é produzido e influenciado pelas relações sociais que vivenciamos desde nossa infância. Para os autores, mesmo as ideias e hábitos que são assumidos como "senso-comum" ou "óbvios" são, na verdade, resultado de nossa inserção e papéis em determinados grupos sociais.
O conceito de socialização é fundamental para compreender esse aspecto da vida em sociedade. É por meio da socialização em diferentes grupos sociais que aprendemos as regras de conduta que são observadas pelos membros do grupo e, portanto, as formas de agir e pensar que são fundamentais para o indivíduo conviver em sociedade. Assim, os diferentes processos de socialização podem ser vistos como o próprio aprendizado da vida em sociedade.
A primeira forma de socialização (ou socialização primária) está relacionada ao ambiente familiar e é fundamental para os processos de socialização subsequentes, que acontecem no ambiente escolar e na vida adulta. É durante a socialização primária que as pessoas aprendem as principais regras de conduta, normas, valores, posições éticas e relações pessoais e de afetividade que irão possivelmente manter durante o restante de suas vidas.
As regras apresentadas para a criança durante a socialização primária são determinadas pelos pais ou responsáveis e apresentam-se como uma realidade objetiva, não-negociável. Por exemplo, os horários corretos para as refeições e o uso correto dos talheres são determinados pelos adultos, sendo assumidos como regras não negociáveis para a criança, que aprende a se comportar de forma a respeitar essas regras válidas em seu convívio social (é por isso que nossos hábitos pessoais como jovens e adultos é ainda muito similar ao que aprendemos quando crianças).
A socialização primária, no entanto, não diz respeito apenas às atividades e convenções da vida cotidiana, mas também aos valores e formas de relação interpessoal que iremos cultivar no futuro: se uma criança for socializada em um ambiente no qual atitudes discriminatórias em relação às minorias são comuns, ela tenderá a reproduzir esse padrão, pois percebeu que em sua família esse é um comportamento aceitável e correto. (Maiko Rafael Spiess)
Socialização secundária
A socialização secundária é diferente da socialização primária, mas ambas são fenômenos complementares. A proibição e a vergonha em relação à nudez são estabelecidas durante a socialização primária, no âmbito familiar, mas as regras de vestimenta são em muitos casos determinadas pela socialização secundária. Por exemplo, as escolas podem possuir uniformes e locais de trabalho e sugerir o uso de "roupas sociais" como terno e gravata, e alguns eventos especiais podem exigir o uso de certas peças de vestuário (como o vestido branco das noivas).

Tratam-se de ações guiadas por dois conjuntos de regras, diferentes porém relacionados. Certos padrões podem se manter de forma invariável (a obrigatoriedade do uso de vestimenta em público), mas os detalhes mais específicos (como o tipo de vestimenta adequado para cada situação) variam de acordo com o grupo social com o qual iremos interagir.

O mesmo vale para os padrões relacionados com a alimentação: durante uma refeição com um grupo de amigos, iremos escolher o restaurante e o tipo de prato de acordo com as preferências do grupo e opções disponíveis, mas nossos alimentos preferidos (e aqueles que desconhecemos ou detestamos!), os hábitos de uso dos talheres, as regras de etiqueta são herdados da socialização primária.

Como indica o sociólogo norte-americano Howard Becker, adaptamos nosso comportamento de acordo com as situações ou grupos sociais nos quais nos inserimos. Por um lado, as regras aprendidas na socialização secundária nos fornecem os meios para poder discutir e negociar o curso de ação que iremos tomar em cada situação específica, como a sala de aula, a fila do cinema ou o comportamento adequado no transporte coletivo. Por outro, nosso posicionamento e comprometimento depende principalmente de nossos valores e "formas de ver o mundo", adquiridos durante a socialização primária. Ceder um assento para um idoso no ônibus pode ser uma regra explícita em certas situações, mas a adesão à regra ou a rapidez em que nos levantamos para ceder o lugar remetem aos valores intrínsecos, aprendidos durante a socialização primária.

Não é impossível que as pessoas reavaliem ou abandonem costumes adquiridos durante a socialização primária, mas essa tarefa é sempre bastante difícil. Valores e costumes construídos durante a socialização primária são muito mais internalizados e íntimos do que as normas aprendidas na socialização secundária. A socialização secundária possui ainda um grau maior de "anonimato". O mesmo conhecimento e regras sociais podem ser ensinados por um professor ou outro, ou por grupos sociais diferentes, uma vez que fazem parte de "universos sociais" mais amplos. Com isso, costumam demandar menos comprometimento pessoal. Sua importância, porém, não pode ser negada. (Maiko Rafael Spiess)

Após a leitura:
Solicitar que os alunos dividam-se em grupos e  cores diferentes para anotar a conclusão do grupo .
a)      Discutir quais hábitos aprendemos com a família e quais são adquiridos na fase adulta.
b)     Definir os conceitos de socialização primária e secundária.


Avaliação:

Os alunos serão avaliados por sua participação na aula, domínio do conteúdo (socialização, individualização), capacidade de raciocínio crítico e criatividade




Nelson Mandela




 

Nelson Mandela dedicou uma vida inteira contra a segregação racial que dominava a África do Sul
 
O líder sul-africano Nelson Mandela foi um dos mais importantes sujeitos políticos atuantes contra o processo de discriminação instaurado pelo apartheid, na África do Sul, e se tornou um ícone internacional na defesa das causas humanitárias. Nascido em 18 de julho de 1918, na cidade de Transkei, Nelson Rolihlahla Mandela era filho único do casal Henry Mgadla Mandela e Noseki Fanny, que integrava uma antiga família de aristocratas da casa real de Thembu.

Mesmo após ter suas posses e privilégios retirados pela ingerência da Coroa Britânica na região, a família viveu um período de tranqüilidade, até quando Henry Mgadla faleceu inesperadamente, em ano de 1927. Com essa reviravolta em sua vida familiar, a mãe de Mandela se viu obrigada a deixar seu unigênito sob os cuidados de Jongintaba Dalindyebo, parente da família que tinha condições de zelar pela vida e a educação de Nelson Mandela.

Nesse período de sua vida, o jovem Mandela teve oportunidade de ter uma ampla formação educacional influenciada pelos valores de sua própria cultura e da cultura européia. Com isso, o futuro ativista político conseguiu discernir como o pensamento colonial se ocupava em dizer aos africanos que eles deveriam se inspirar nos “ditames superiores” da cultura do Velho Mundo. Após passar pelas melhores instituições de ensino da época, o bem educado rapaz chegou à Universidade de Fort Hare.

No ambiente universitário, Mandela teve oportunidade de tomar conhecimento da luta contra o apartheid promovida pelo Congresso Nacional Africano (CNA). Entretanto, antes de lutar contra o problema social que tomava seu país, Nelson Mandela se voltou contra as tradições de seu próprio povo ao não se sujeitar a um casamento arranjado. Mediante o impasse, o jovem se refugiou na cidade de Johannesburgo, onde trabalhou em uma imobiliária e, logo em seguida, em um escritório de advocacia.

Vivendo nesta cidade, Mandela aprofundou ainda mais seu envolvimento com as atividades do CNA e deu continuidade aos seus estudos no campo do Direito. No ano de 1942, com o apoio de companheiros como Walter Sisulu e Oliver Tambo, fundou a Liga Jovem do CNA. Na década de 1950, os ativistas aliados à Mandela resolveram realizar uma grande manifestação de desobediência civil onde protestavam com as políticas segregacionistas impostas pelo governo do Partido Nacional.

Essa grande manifestação política resultou na elaboração da Carta da Liberdade, importante documento de luta onde a população negra oficializava sua indignação. Em 1956, as autoridades prenderam Nelson Mandela e decidiram condená-lo à morte pelo crime de traição. No entanto, a repercussão internacional de sua prisão e julgamento serviram para que o líder ficasse em liberdade. Depois disso, Mandela continuou a conduzir os protestos pacíficos contra a ordem estabelecida.

Em março de 1960, um trágico episódio incitou Nelson Mandela a rever seus meios de atuação política. Naquele mês, um protesto que tomou conta das ruas da cidade de Sharpeville resultou na morte de vários manifestantes desarmados. Depois disso, Nelson Mandela decidiu se empenhar na formação do “Lança da Nação”, um braço armado do CNA. Naturalmente, o governo segregacionista logo saiu em busca dos líderes dessa facção e, em 5 de agosto de 1962, Mandela foi mais uma vez preso.

Após enfrentar um processo judicial, Mandela foi condenado à prisão perpétua, pena que cumpriria em uma ilha penitenciária localizada a três quilômetros da cidade do Cabo. Nos vinte e sete anos seguintes, Mandela, o preso “466/64”, ficou alheio ao mundo exterior e vivia o desafio de esperar pelo tempo em sua cela. Nessa época, consolidou uma inesperada amizade com James Gregory, carcereiro da prisão que se impressionou com os valores e a dignidade de seu vigiado.

Nesse meio tempo, após a desarticulação do movimento anti-apartheid, novos movimentos de luta surgiram e a comunidade internacional se mobilizou contra a sua prisão. Somente em 1990 – sob a tutela do governo conciliador do presidente Frederik Willem de Klerk – Nelson Mandela foi liberto e reconduziu o processo que deu fim ao apartheid na África do Sul. Em 1992, as leis segregacionistas foram finalmente abolidas com o apoio de Mandela e Willem de Klerk.

No ano seguinte, a vitória política lhe concedeu o prêmio Nobel da Paz e, em 1994, foram organizadas as primeiras eleições multirraciais da África do Sul. A vitória eleitoral de Nelson Mandela iniciou o expurgo das práticas racistas do Estado africano e rendeu grande reconhecimento internacional à Mandela. Depois de cumprir mandato, em 1999, Mandela atuou em diversas causas humanitárias. O líder sul-africano exerceu também um grande papel na luta contra a AIDS.
Nelson Mandela faleceu em 05 de dezembro de 2013, em sua casa, na cidade de Johannesburgo, em decorrência de uma infecção pulmonar.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
http://www.brasilescola.com/biografia/nelson-mandela.htm